Medo, o oposto de fé!
Mas o que o medo e fé tem a ver com animais, cães em particular? Os cães também têm fé e vão à igreja?
Nada disso, mas sim, os cães têm medo e fé.
Os cães não são seres espirituais como os humanos, mas têm fé. Até um ateu tem de ter fé para não acreditar em Deus! Mas vamos esmiuçar o tema dos cães para perceberem aonde quero chegar.
Começamos pelos conceitos, conceito de fé, acreditar em algo que não se vê, vejamos no dicionário:
“Estado ou atitude de quem acredita, ou tem esperança em algo”
“Sentimento de quem acredita em determinados princípios ou ideias religiosas. = CRENÇA”
“Adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro.”
“fé”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem.
Hebreus 11:1
Tanto no dicionário como pela Bíblia, vemos que fé é acreditar em algo ou alguém de uma forma positiva.
Se eu me for sentar numa cadeira, não preciso de fé, simplesmente sento-me na cadeira, se eu vir uma cadeira toda podre e partida e me quiser sentar nela se forma segura, aí, sim, irei necessitar de fé.
Isto são apenas dois exemplos básicos para entenderem o conceito de fé que falo, não falo de uma fé sobrenatural, ou de uma fé em Deus e Jesus, mas sim de uma fé natural, que todos os seres vivos têm.
Agora vamos ver o tema medo, o que é o medo?
“Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários. = FOBIA, PAVOR, TERROR”
“Ausência de coragem (ex.: medo de atravessar a ponte). = RECEIO, TEMOR ≠ DESTEMOR, INTREPIDEZ”
“Preocupação com determinado facto ou com determinada possibilidade (ex.: tenho medo de me atrasar). = APREENSÃO, RECEIO”
“medo”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Se me aparecer um leão à frente, a rugir, é normal que sinta medo, pois estou perante uma ameaça real, porém, se eu viver na cidade e tiver medo de sair à rua porque pode aparecer um leão, aí é um medo infundado, ou hipotético, e esse medo é o oposto da fé sobrenatural, pois não estamos perante uma ameaça real.
Eu ter medo de um leão a rugir, está equiparado a ter fé para me sentar numa cadeira sem medo de cair. São coisas naturais que todo o ser vivo tem.
O tema dos medos nos animais tem “pano para mangas” e iremos abordar as várias temáticas do medo nas próximas semanas.
Todos nós temos mecanismos de defesa naturais e lidamos com os vários tipos de medos, cada uma da sua forma, ou evitação (a mais comum), ou pela agressividade.
Porém, o medo só pode ser ultrapassado pela fé.
A fé, no que lhe concerne, tem por base uma promessa, uma motivação, com base numa escolha.
Vemos, por exemplo, um muçulmano, acredita / tem fé/ escolheu acreditar, em algo diferente de um cristão.
Ambos acreditam e têm fé, mas as escolhas das crenças de cada um são diferentes uns dos outros.
Alguém que é militante de um partido político, liberal, ou extrema-direita, acredita em algo diferente de um militante de um partido político comunista, ou extrema-esquerda, ambos escolheram acreditar em credos e promessas diferentes.
Estas crenças têm muitas vezes a base de algo que é ensinado ou incutido em tenra idade. Antigamente era ensinado que para irmos para o céu, teríamos de ser pobres, e que pobreza e humildade andavam de mãos dadas, mas a vivência pode ter ditado outra crença que anulou a primeira, trata-se de uma escolha.
Porém, para haver uma escolha temos de ter por base algo que nos é apresentado, só então é que conscientemente escolhemos.
Quando escolhemos algo com base no hipotético, chama-se fé, ou medo.
Posso dizer: Eu não acredito na força da gravidade!
Mas se saltar de um avião, mesmo com um paraquedas, movido pela minha crença de que a força da gravidade não existe, quando caio, ou entro em negação e digo a mim mesmo que não caio e mantenho a minha fé e sofro as consequências disso mais tarde, ou “caio em mim” e vejo que se calhar a minha crença não é bem assim como eu pensava, pois me encontro realmente a cair e o chão está cada vez mais perto de mim.
Aí eu escolho ter fé na não existência da força da gravidade, ou o medo muda a minha crença, e opto por abrir o paraquedas.
Neste caso o medo anularia a minha fé e faria com que agisse conforme o medo.
Medo ou fé promovem ações.
Estou a dar estes exemplos para poder perceber os conceitos e tudo tem a ver com escolhas perante o que nos é apresentado e as realidades vividas.
No que toca aos animais, cães em especial, estes são predadores e, por outro lado, presas, então enquanto presas, têm medo, natural, do real predador, e enquanto predadores, têm fé, natural, que vão caçar e conseguir a sua presa.
Porém, enquanto presa, apanham sustos, com medo, como já disse, e uma defesa comum nestas situações é camuflar o seu odor para despistar os predadores e isso acontece com as glândulas perianais, que libertam um odor forte para confundir os predadores, quase como as doninhas.
O que nos traz ao pano de fundo desde artigo, sendo o facto de termos os nossos animais tão protegidos que não têm medos, não têm de fazer escolhas, não têm de pensar ou tomar decisões. Acham-se os reis da selva e não apanham sustos naturais, mas têm glândulas perianais, e o que muitas vezes acontece, é que estas rebentam, pois não são usadas naturalmente.
Algo que se faz é espremer essas glândulas, normalmente nos banhos, junta-se o útil ao agradável, outra forma será nas idas aos veterinários.
Há animais que não necessitam, e que naturalmente vão expelindo, mas outros há em que isso não acontece.
O sinal de alerta é o cão arrastar o rabo no chão, esse sinal só quer dizer duas coisas:
Ou está na altura de desparasitar, ou tem as glândulas anais cheias.
Aí se vir o seu cão a fazer isso, trate dos parasitas em primeiro lugar, e tenha atenção para não dar sempre o mesmo, e em seguida no próximo banho ou tosquia, ou ida ao veterinário, pergunte se o profissional sabe fazer e se sim, peça para fazer.
Na Quinta da Patada temos o serviço de banhos e tosquias com a opção de transporte, chamamos o “Dia de SPA canino”.